Faça-o Agora

"Entra em acordo sem demora com o teu adversário."- Mateus 5.25

.....Este é um principio que Jesus Cristo estabeleceu: faça agora o que você sabe que tem que fazer, e faça-o sem demora; se não o fizer, o inevitável processo entrará em operação, e você terá que pagar até o último centavo em dor, em angústia e aflição. As leis de Deus são inalteráveis; não há como escapar delas. O ensinamento de Jesus vem de encontro à nossa maneira de ser.

.....Fazer com que meu adversário me outorgue meus direitos é natural; mas Jesus diz que é imperativo para mim, uma questão de eterna importância, que eu pague a meu adversário aquilo que lhe devo. Do ponto de vista do Senhor, não importa se sou defraudado ou não; o que importa é que eu não defraude ninguém. Estou defendendo meus direitos ou estou pagando o que devo, do ponto de vista de Jesus Cristo?

Tome uma atitude sem demora, coloque-se agora em julgamento. Em questões morais e espirituais, você tem que fazê-lo imediatamente; se não o fizer, o inexorável processo entrará em operação. Deus está decidido a fazer com que seus filhos sejam puros, limpos e alvos como a neve, e enquanto houver desobediência a qualquer ponto do seu ensinamento, ele não impedirá a ação do seu Espírito. Nossa insistência em provar que estamos com a razão é, quase sempre, um indício de que houve alguma desobediência. Não é de admirar que o Espírito insista com tanta firmeza em que andemos constantemente na luz.

"Entra em acordo sem demora com o teu adversário." Por acaso, você teve de repente uma nova visão de seu relacionamento com alguém, e descobriu que havia ódio em seu coração? Confesse-o sem demora, coloque isso imediatamente diante de Deus; reconcilie-se com essa pessoa - faça-o agora .

A Presença de Deus e a Libertação Pessoal

"Eu sou contigo para te livrar, diz o Senhor."- Jeremias 1.8

Deus prometeu a Jeremias que iria liberta-lo pessoalmente: "Eu te darei a tua vida por despojo." Isso tudo é o que Deus promete a seus filhos. Aonde quer que Deus nos envie, ele guardará nossa vida. As coisas que possuímos, os nossos bens não são tão importantes. Temos que nos manter desprendidos de todas estas coisas; se não o fizermos, poderemos ter temores, sofrimento e desolação.

O sermão do Monte sugere que, quando estamos a serviço de Jesus Cristo, não há tempo de defendermos a nós mesmos. O que Jesus diz, na verdade, é o seguinte: "Não se preocupe com o fato de estar ou nao sendo tratado com justiça." Procurar ser tratado com justiça é sinal de que está-se desviando da devoção a ele. Nunca queira receber justiça neste mundo; mas nunca deixe de praticá-la. Se procurarmos justiça, logo estaremos nos queixando e cedendo ao descontentamento da autopiedade: "Por que estou sendo tratado assim?" Se somos devotados a Jesus Cristo, não devemos nos importar com o que sucede conosco, seja justo ou injusto. Jesus diz: "Continue firmemente a fazer o que eu lhe disse, e guardarei sua vida. Se você tentar protegê-la por si mesmo, afastar-se-á da minha proteção." Até o mais consagrado cristão pode tornar ateu nessa situação; não acreditamos naquilo que Deus diz; entronizamos o nosso bom-senso e damos a ele o nome de Deus. Estribamo-nos em nosso próprio entendimento em lugar de confiar em Deus de todo nosso coração.

Reconhecer a Realidade do Pecado

"Esta, porém, é a vossa hora e o poder das trevas." - Lucas 22.53.

O não reconhecimento da realidade do pecado é o que produz todos os desastres da vida. Podemos falar sobre a nobreza da natureza humana, mas sempre há algo nela que rirá na cara de cada uma dessas nossas belas idéias que temos. Quem se recusa a reconhecer que no ser humano existe vício, egoísmo e algo profundamente maligno e errado, no momento em que sua vida for atingida pelo pecado, em lugar de reconhecer essa realidade, ele se acomodará e dirá que não adianta combatê-lo. Você já se preparou para essa hora, para enfrentar o poder das trevas, ou tem uma imagem de si mesmo que exclui o pecado? Admite que o pecado pode estar presente em seus relacionamentos e amizades? Se não, Será pego de surpresa, e fará concessões a ele. Se reconhecer o fato de que o pecado existe, perceberá imediatamente o perigo: "Sim, eu vejo o que poderia resultar disso." Reconhecer a realidade do pecado não destrói a base da amizade; apenas estabelece o mútuo assentimento de que a base da vida é trágica. Evite sempre qualquer forma de encarar a vida que não reconheça que o pecado existe.

Jesus Cristo nunca confiou na natureza humana, todavia nunca foi cético nem desconfiado, porque confiava cabalmente no que ele podia fazer pela natureza humana. A pessoa pura, não a inocente, é a pessoa mais protegida. Nunca se está seguro com uma pessoa inocente, seja homem ou mulher. As pessoas não deveriam deveriam ser inocentes. Deus exige que sejam puras e virtuosas. A inocência é característica da criança; por isso é bastante reprovável a atitude da pessoa que não reconhece a realidade do pecado.

Saber o Que é Sofrimento

"Homem de dores e que sabe o que é padecer" - Isaías 53.3.

Não conhecemos o sofrimento da mesma maneira que o nosso Senhor o conheceu; suportamo-lo, passamos por ele, mas não o conhecemos profundamente. No começo não levamos em conta a realidade do pecado. Adotamos uma visão racional da vida e dizemos que, se um homem controlar seus instintos e se disciplinar, pode levar uma vida reta que acabará tornando-se uma vida de Deus. Mas, a medida que prosseguimos, descobrimos a presença de algo que não havíamos levado em consideração, isto é, o pecado, e isso transtorna todos os nossos cálculos. O pecado transmudou em anarquia a base racional das coisas. Temos que reconhecer que o pecado é um fato, e não um defeito; o pecado é um motim contra Deus. Deus ou o pecado - um dos dois tem que morrer em minha vida; o Novo Testamento nos leva diretamente a essa conclusão. Se o pecado me governar, a vida de Deus em mim será morta; Se Deus me governar, o pecado em mim tem que ser morto. Não há outra conclusão além dessa. O apogeu do pecado foi a crucificação de Jesus Cristo, e o que foi realidade quando da vinda de Deus à terra, será também realidade em nossa vida. Temos que reconhecer o fato de que o pecado é a única explicação da vinda de Jesus Cristo ao mundo, e a explicação para todas as dores e sofrimentos. por: Oswald Chambers

Uma Lei Inflexível

"Pois com o critério com que julgardes, sereis julgados: e com a medida com que tiverdes medido vos medirão também." - Mateus 7.2

Essa afirmação não é uma suposição casual, é uma lei eterna de Deus. Qualquer julgamento que você fizer, servirá de medida contra você. Existe uma diferença entre retaliação e retribuição: "Com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também." Se você tem tido uma facilidade em descobrir os defeitos dos outros, lembre-se que essa será exatamente a medida que se aplicará a você. A vida lhe paga sempre com a mesma moeda. Essa lei se aplica tanto com relação ao trono de Deus como entre nós (cf. Salmo 18.25,26).

Romanos 2 aplica este princípio de uma forma ainda mais definida, e diz que aquele que critica o outro em certa coisa é culpado pela mesma coisa. Deus não olha apenas para o ato, ele olha para a possibilidade. Para começar, não acreditamos nas afirmações da Bíblia. Por exemplo, acaso acreditamos nessa afirmação, de que somos culpados das coisas que criticamos nos outros? A razão porque vemos hipocrisia, mentira e falsidade nos outros é que tudo isso está em nosso coração. A grande característica do servo de Deus é a humildade: "sim, todas estas coisas e outros males ter-se-iam manifestado em mim, não fosse pela graça de Deus; portanto não tenho o direito de julgar ninguém."

Jesus diz: "Não julgueis, para que não sejais julgados." Se você julgar, será julgado pela mesma medida. Quem dentre nós ousaria apresentar-se diante de Deus e dizer: "Ó Deus, julga-me como tenho julgado meus semelhantes"? Temos considerado nossos semelhantes pecadores; se Deus fosse julgar-nos desse modo, estaríamos no inferno. Mas é com base na maravilhosa expiação de Jesus Cristo que Deus nos julga.

O "Ministério do Interior"

"Vós, porém sois sacerdócio real." - 1 Pedro 2.9.

Através de que direito tornamo-nos "sacerdócio real''? Pelo direito da expiação. Estaremos prontos para deixar-nos ficar resolutamente só, e lançar-nos ao trabalho sacerdotal da oração? Aquele incessante auto-exame do nosso íntimo para ver se somos como deveríamos ser, gera um tipo de cristianismo mórbido e egocêntrico, e não uma vida robusta e simples de um filho de Deus. Enquanto não entramos num relacionamento certo com Deus, vivemos como que pendurados num fio, e dizemos: "Que maravilhosa vitória alcancei!" Não há nisso nada que demonstre o milagre da redenção. Creia de todo o coração que a redenção está completa, e não se preocupe mais consigo mesmo, mas comece a fazer o que Jesus Cristo mandou - ore pelo amigo que vem procura-lo á meia-noite, ore pelos irmãos em Cristo, ore por todos os homens. Ore sabendo que você só é perfeito em Cristo Jesus, e não baseando-se neste tipo de súplica: "Oh, Senhor, eu fiz o melhor que podia, por favor, ouve-me!"

Quanto tempo Deus irá levar para libertar-nos desse mórbido hábito de pensarmos em nós mesmos? Precisamos nos enjoar de nós mesmos, até que não haja mais nenhuma surpresa diante de qualquer coisa que Deus possa dizer a nosso respeito. Nossa impiedade é tão profunda que nunca chegamos ao fundo dela. Existe apenas uma posição em que somos retos - em Cristo Jesus. Quando estamos ali, temos que nos "derramar" em intercessão, com o máximo esforço, nesse "ministério do interior".